quinta-feira, 14 de julho de 2011

Aprendendo com os erros de Abílio

Abílio Diniz saiu da negociação de fusão do Pão de Açúcar com o Carrefour com a imagem arranhada. Claro que falar depois que aconteceu é mais fácil. Mas, esse é um maravilhoso case de Comunicação. Daqueles "aprendendo com os erros alheios".

Hoje no Valor saiu uma matéria interessante. Grifo alguns trechos:

"Na avaliação do mercado, foi uma sucessão de erros cometidos pelo empresário que motivou o fracasso da tentativa de criar uma gigante varejista de R$ 65 bilhões de faturamento - R$ 36 bilhões do Pão de Açúcar e R$ 29 bilhões do Carrefour. Depois de iniciar um projeto desse porte sem o sócio, por iniciativa própria, Diniz teria superestimado sua capacidade de convencimento e subestimado a resistência do Casino.

Além disso, a ideia de colocar o BNDES na transação, que inicialmente serviria como validação do negócio e pressão sobre o Casino, (...) foi bastante negativa, ao ponto de levar o banco de fomento a recuar e relativizar seu apoio ao negócio.

Não era algo esperado e não havia um plano mais maduro e mais bem desenhado para lidar com essa rejeição tão elevada. Soma-se a tudo isso problemas na estratégia de comunicação do negócio.

Na avaliação de interlocutores, houve uma preocupação muito maior com a engenharia financeira do negócio do que com o plano de exposição, ou de convencimento, de que ele poderia ser algo bom.

O tom adotado pelo Casino, que abriu o debate para um discurso mais emocional e de questionamento ético, tomou conta das discussões. (...) Houve ainda dificuldades em conseguir atrair alguma simpatia à operação, enquanto os argumentos do Casino de desrespeito ao contrato conquistaram forte apelo.

Esse apelo, em parte foi obtido porque abriu-se espaço para isso. Diniz disse que Naouri não explicava exatamente porque a proposta era ruim. Dias depois, o Casino publicou comunicado para mostrar, ponto a ponto, as razões de o projeto ser fora de sentido. Questionavam detalhes da proposta, alguns até então inéditos para o mercado."

Leia a matéria em: Os 7 erros de Diniz | Valor Online

2 comentários:

Luiz Antônio Gaulia. disse...

Arrogância é o nome deste jogo.
Nessa aposta arriscada de AD, quem ganhou foi o Casino.Confiança não se constrói apenas com palavras. Se "vale o que está escrito", mudar a regra no final do segundo tempo é tentar ganhar no tapetão...

Tatiana Maia Lins disse...

Me espanta que AD, um empresário tão calejado, tenha sido inocente (pra não usar outra palavra mais dura) a ponto de achar que poderia mudar o que estava escrito e todo mundo aceitaria. Eu queria ser uma mosquinha para saber o que realmente aconteceu nesses bastidores.