Hoje foi o primeiro dia do JB puramente online. Fato que o senhor Nelson Tanure tentou vender como modernização do jornal e favor à natureza.
“Para cada 100 mil jornais que são impressos, 60 mil são vendidos e 40 mil são jogados fora. É um desperdício fantástico”, disse Tanure, a Guilherme de Barros, do iG."
Mas ninguém acredita no papo bonito que o JB apresentou. E não é porque as pessoas não sabem que um jornal é composto por muito mais que um amontoado de páginas, como tentou nos empurrar goela abaixo o item 12 do texto de justificativa do JB para o fim da versão impressa.
"Há quem pense que o jornal é uma “coisa” – um amontoado de folhas. Sem o papel e celulose, os jornais – e o JB – estariam acabando."
Ninguém acredita nesse papo exatamente porque as pessoas sabem que um jornal é muito mais que um amontoado de páginas. Os leitores sabem que jornal é feito de conteúdo. E é isso que os leitores querem. E desconfiam que não vão ter. Porque há anos o JB vem perdendo espaço no share of mind dos leitores exatamente porque não aposta no conteúdo. Conteúdo, Tanure, é caro.
Como acreditar em modernidade se um dos itens das explicações oficiais diz:
"Não haverá, nesse contexto, qualquer alteração na linha editorial de independência e de qualidade que há 119 anos distingue o Jornal do Brasil."
Como acreditar em modernidade se um dos itens das explicações oficiais diz:
"Não haverá, nesse contexto, qualquer alteração na linha editorial de independência e de qualidade que há 119 anos distingue o Jornal do Brasil."
Alteração na linha editorial é o que todos esperam, Tanure! Exatamente para que o jornal resgate a credibilidade de outrora! Para que seja visto como um veículo de comunicação independente.
Investimento em tecnologia também é caro, Tanure!
Como você quer nos vender a ideia de que o seu jornal está se modernizando se o site não aguentou o número de acessos no primeiro dia da versão puramente online, que foi planejada por um mês? A home do JB levou mais de dois minutos, DOIS MINUTOS para carregar na minha casa, Tanure! Muitos dos que não encontraram modernidade no JB hoje não voltarão mais ao site do JB, Tanure.
Sem contar que você nem estava derrubando tantas árvores assim, visto que a tiragem estimada do JB nos últimos meses era de míseros 18 mil exemplares/dia. Mas não é esse o problema. O problema não é ser impresso ou não. O problema é que Tanure não assume o que todos veem. Todos sabem que o JB parou de ser impresso porque está prestes a falir e não tem dinheiro para impressão.
E não adianta chamar quem chora a morte do JB de desinformados ou mal intencionados. Esse seu discurso de vítima não cola. Mostre conteúdo e os antigos leitores do JB, enfim, vão parar de reclamar!
Seria muito mais barato para o jornal (que não teria que gastar tanto esforço para reverter a crise causada pela mentira) e transparente com a sociedade se Tanure admitisse que o JB parou a impressão porque não tem como arcar com os custos. Se Tanure tivesse tido tal postura, a crise teria sido beeeem menor! Agora tentar nos convencer de que é vanguardismo, fala sério! É tentar nos fazer de idiotas! Sustentar o fim da impressão do JB em questões ambientais me parece um grande Greenwashing, Tanure!
Para ler mais sobre o JB neste blog, clique aqui.
Para ler mais sobre Greenwash neste blog, clique aqui
Para ler as 50 desculpas inúteis que o JB tentou dar para o fim da versão impressa, clique aqui.
Um comentário:
Excelente post! Gostei muito da sua clareza de pensamento. E concordo plenamente com vc!
Beijos!
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