domingo, 9 de maio de 2010
A falta de coerência dos bancos
Quem me conhece sabe o quanto a busca pela coerência é uma constante em minha vida.
Vivo tentando entender tudo ao meu redor. De onde vem? Para onde vai? Por que alguém fez isso? Por que foi feito assim? Por que alguém gastou tempo e dinheiro "nisso"? Por que a pessoa fala A e age como B? O que se ganha com tal atitude? O que fulaninho estava pensando naquele momento?
Minha cabeça é um turbilhão sempre tentando responder perguntas como estas.
Mas nem sempre eu consigo chegar a uma conclusão plausível. E quando eu não entendo, a pergunta (ainda que boba) fica me martelando por um bom tempo.
Disse isso tudo para mostrar um exemplo comunicação de marca sem coerência e que está me martelando.
Há alguns dias recebemos em casa uma mala direta do Unibanco. Um envelope grande (26 x 26 cm) e tão duro que não era possível dobrar e mais parecia um convite de alguma festa em azul marinho e prateado. Em uma das faces tinha escrito:
"Um parceiro que acompanha as suas conquistas é aquele que também cresce junto com você"
Ao abrir o envelope, a mensagem no cartão era:
"Por isso, em 2010, o Uniclass passará a se chamar Itaú Uniclass".
Por que para crescer o banco precisa mudar de nome? Por que insistiram em colocar o conectivo "por isso" na mensagem? Será que ninguém pensou que a pessoa poderia não ler o que estava no envelope? Que poderia ter resgado o envelope? Que a mensagem precisa fazer sentido por completo também isoladamente?
Para mim, pareceu que nem as pessoas que fizeram a comunicação aos clientes estavam sabendo o motivo para o Uniclass passar a se chamar Itaú Uniclass. Aliás, sabiam. É por causa da fusão dos bancos. Mas falar em fusão pode não soar bem, pode deixar o cliente do Unibanco com medo de perder algum privilégio que porventura tenha. E aí jogam esse papo mole de que o banco cresceu junto com o cliente e, por isso, mudou de nome. Quem acredita? Seria mais digno se eles fossem transparentes, não acham?
Essa comunicação foi péssima. Tão ruim quanto o fato de o Banco Real ter deixado de usar papel reciclado em suas comunicações com os clientes após a fusão com o Santander.
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