quarta-feira, 19 de maio de 2010

14 ª Conferência do Reputation Institute, dia 1



Depois de meses de espera, eis que finalmente chegou o grande dia! Começou hoje a 14ª Conferência sobre Reputação Corporativa, Marca, Identidade e Competitividade do Reputation Institute. O tema deste ano é o papel estratégico da Sustentabilidade para a administração de Reputação. E vou registrar aqui no blog minhas impressões sobre o evento.

O dia teve boas discussões (que tratarei com mais calma em outros posts, para dar a devida atenção), mas, sinceramente, estas não partiram dos patrocinadores oficiais do evento. A apresentação da Petrobras, comandada por José Lima de Andrade Neto, foi assim assim, para cumprir tabela. Tanto que não fiz nenhuma anotação. Já a do Itaú-Unibanco me deixou em polvorosa para fazer uma pergunta (que não fiz no evento, mas mandei por email para Fernando Chacon, diretor de marketing do Itau. Se ele responder, eu compartilho)

Em sua apresentação, Chacon falou, pela perspectiva do banco, sobre as ações que estimulam o uso consciente do crédito. E chegou a dizer que as reclamações dos consumidores acerca de cobranças diminuíram após a implementação de uma comunicação mais transparente. Beleza. Mas no meu humilde ponto de vista, a relação entre bancos e sustentabilidade não fica por aí não.

Como um banco pode dizer que pratica no Brasil o crédito consciente se as taxas cobradas aqui são das mais altas do mundo? Chegam a 600% ao ano no crédito rotativo do cartão de crédito, segundo estudos da Proteste. No nosso contexto, joga-se para o consumidor toda a responsabilidade por não se endividar para não ter que pagar horrores de juros.

Um banco consciente de seu papel estratégico na economia não deveria oferecer melhores condições aos consumidores? As taxas de juros cobradas ao consumidor no Brasil nunca caem, apesar de todos os avanços na nossa economia. As taxas não caem nem mesmo quando melhora a inadimplência. Eu não consigo entender isso. Não sou economista, sou apenas jornalista. Mas sempre me venderam a ideia de que o retorno dos negócios é atrelado ao risco. Risco menor deveria significar retorno menor, não?

Não seria o momento de os bancos brasileiros mostrarem que confiam nos consumidores e começarem um movimento de queda de juros para o consumidor final? Crédito mais barato seria, com certeza, mais "sustentável", apresentaria uma relação de ganha x ganha, e o banco que fizer isso no Brasil poderá colher frutos abundantes de reputação.

E por falar em patrocinadores do evento, senti falta da EBX na lista de sponsors. Estão lá: Vale, Petrobras, Cemig, Gerdau, Unimed, etc e nada da EBX... Seria uma boa oportunidade para consolidar internacionalmente a ideia de que a EBX também se preocupa com sustentabilidade. Mas deixaram passar!


PS: Para não dizer que não falei das flores, Marcos Bicudo, presidente da Philips Brasil mostrou que sustentabilidade na Philips é uma discussão madura. Show de bola! Articular os articuladores é mesmo o que precisa ser feito para que alcancemos os resultados almejados. Para saber mais sobre sustentabilidade na Philips, clique aqui.

2 comentários:

Tatiana Maia Lins disse...

sobre a queda da inadimplência: http://www.mundodomarketing.com.br/5,14167,inadimplencia-diminui-e-confianca-aumenta.htm

Tatiana Maia Lins disse...

Ah, Chacon respondeu ao meu email no dia 15 de junho, tentando explicar a composição dos juros no Brasil. Não vou transcrever aqui porque o email veio com aqueles alertas de confidencialidade da mensagem. E eu respeito. Porém, por mais boa vontade que ele tenha tido ao me responder, ele não me disse o que o Itau estava fazendo para baixar os juros. A luz no fim do tunel é que ele concorda que juros tão altos não são interessantes para ninguém. Nem para os bancos. :-)