quinta-feira, 8 de abril de 2010
A marca Brasil ainda é frágil (e a culpa também é nossa)
Hoje lendo O Globo, enquanto esperava meu prato no restaurante em que fui almoçar, me deparei com uma notinha na coluna Negócios & Cia que mostra o quanto a marca Brasil ainda é frágil. Apesar de eu acreditar que hoje a situação já é muito melhor que há alguns anos.
Para mim, essas poucas linhas foram uma prova do que eu chamo de "síndrome de curral", essa mania que o brasileiro tem de tanto se colocar para baixo. Portanto, pessoal, antes de sair por aí twittando que o Brasil não tem jeito e que isso e que aquilo, pensem na imagem que estamos projetando do nosso país. Nisso, também faço um mea-culpa. Se cuidarmos melhor da imagem do nosso país, seremos mais respeitados como Nação. Nossas mulheres não mais serão confundidas com prostitutas, nosso "produto exportação" famoso não será mais apenas o menino que joga futebol bem para matar a fome, etc. Isso para ficar nos exemplos mais estereotipados e não entrar em uma discussão mais profunda dos impactos de uma boa imagem para um país.
Vamos deixar desse complexo de vira-lata, vamos melhorar o respeito pelo nosso país aqui dentro e assim projetar uma imagem melhor lá fora. Que tal cuidarmos da imagem do nosso país como cuidamos da nossa própria imagem ou da imagem da nossa família? Não precisamos jogar a sujeira para debaixo do tapete. Não é isso. Mas um pouquinho de patriotismo além futebol não faz mal a ninguém.
Vejam só:
"A frágil marca Brasil / Flávia Oliveira, O Globo, 08/04/2010.
Falta investimento para consolidar a marca Brasil no mercado americano, avalia Hy Mariampolski, doutor em sociologia e diretor da QualiData Research (EUA). Como sede da Copa 2014 e dos Jogos 2016, continua ele, o país tem uma oportunidade imensa para lapidar sua imagem internacional. O consultor, que faz palestra hoje na Coppead/UFRJ, falou à "Negócios&Cia" sobre o tema.
CHUVAS: "Hoje (ontem) de manhã, vi uma reportagem na 'Bloomberg' sobre o temporal no Rio. Pelo ocorrido, questionavam a capacidade da cidade de receber a Copa 2014 e os Jogos 2016. Isso é absurdo.
Se fosse nos EUA, ninguém questionaria a realização do Super Bowl. É prova do quanto é preciso investir na marca Brasil nos EUA, enxergando o país como um conjunto de pequenos submercados potenciais". (nota da blogueira: nós mesmos questionamos via Twitter como poderíamos sediar os jogos se não aguentamos a chuva. Mas o fato é que a chuva de segunda-feira teria parado qualquer cidade do mundo com as mesmas características do Rio. Talvez os estragos tivessem sido menores. Mas parar, com certeza, pararia.)
IMAGEM: "Antes, o branding era usado para promoção turística. Hoje, é ferramenta para atrair investidores e parceiros estratégicos. Se isso não é feito corretamente, a pior informação é a que chega à mídia estrangeira. Outra coisa importante é mudar o foco de exportador de commodities para de manufaturados. Os americanos voam em aviões Embraer, mas não conhecem a marca ou não sabem que é brasileira."
MARCAS: "O Brasil tem ativos incríveis, mas precisa reconhecê-los, entender os mercados onde quer chegar e se comunicar com eles. O país é fabuloso em design e moda, por exemplo, mas os americanos não sabem disso. Quando se é bom em algo, deve-se contar ao mundo sobre isso. Tok&Stok, Beleza Natural e Guaraná Antarctica são exemplos de marcas com grande potencial de vendas nos EUA e no exterior"."
Para descontrair sem mudar de assunto, uma musiquinha que adoro!
fama de porra louca, tudo bem... mas nem toda brasileira é bunda!
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2 comentários:
Passei muitos anos sendo chapa branca e defendendo o país, aqui e no exterior, quando vivia na Noruega. Hoje, voltando ao Brasil, percebo um país tentando organização e modernidade a toque de caixa. Quando questionam se o país tem condições de sediar uma OL, lembro do Engenhão, estádio símbolo do pan, que terá que ser todo reformado, apesar de novo, pois está cheio de goteiras, vazamentos e erros estruturais. O metrô é apenas espichado, sendo mais barato, dando visibilidade para o poítico, inchando uma estrutura saturada. A criminalidade é banida das favelas da Z. sul, e o banditismo é empurrado para o interior. Tudo é para inglês ver. Tapeamos tudo. A maior piada, foi a construção de barreiras de som na linha vermelha, que na verdade, tenta esconder as favelas. A praça da bandeira que históricamente enche todo ano, não recebe uma obra definitiva e decente. As favelas revelam o defict de moradias. O lixo nas ruas, revelam o grau de instrução e civilidade da população. Essas marcas são muito mais fortes que Embraer, Petrobrás e Tok&Stok, que imita a sueca IKEA, mas para classe média alta. Por fim, o povo engalhado, como urubus, soltam fogos em frente ao tribunal, por saberem que os Nardoni foram condenados. Esses urubus, linchadores, esfomeados, finalmente sentiram-se justiçados. Estes que nunca protestaram contra um político, voltam para suas pequenas casas, sentam na sala, a mulher assiste a novela e o marido lê o caderno dos sports. Nessa típica ex colônia, nenhuma obra para a Copa saiu, e sairá tudo a toque de caixa, festa para o bolso de muitos.
Brunão, meu querido amigo, não se trata de ser "chapa branca" ou de qualquer outra cor. Isso tudo o que você disse existe. E é Brasil. Brasil que eu não quero empurrar para debaixo do tapete não. Mas acho que desenvolvimento de verdade vamos conseguir com o tempo, a medida que educarmos a população para não mais linchar, não mais jogar lixo na rua, aprender a votar e a cobrar de seus representantes, etc, etc, etc.
Meu ponto é: se a Grécia e a China puderam sediar jogos olímpicos recentemente, por que o Brasil não poderia? Em que somos tão inferiores a eles? Será que o Rio é tão diferente assim das cidades gregas ou chinesas? Não conheço esses países, mas não acredito que sejamos tão mais atrasados ou que por aqui se tenha mais merda debaixo do tapete do que por lá. Acho que somos iguais.
Eu vi uma olímpiada acontecer em Atlanta, sem a menor infra para recebê-la. Para vc ter uma ideia, eu tive que dormir na Carolina do Sul porque não tinha hotel em Atlanta. Mas aqui ninguém falou mal porque era nos Estados Unidos.
Acho que a gente tem outras areas que precisam de mais investimento do que os esportes. Mas se já é um fato que a gente sediará os jogos, por que a gente mesmo joga tanta areia? Me parece auto-sabotagem.
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