terça-feira, 2 de março de 2010

Neuromarketing assusta e fascina

Li no Mundo do Marketing uma entrevista com o autor de "A Lógica do Consumo", Martin Lindstrom, e concluí que tenho medo do Neuromarketing. Olha o que ele afirma:

"É lamentável, mas o medo está se transformando no impulsionador primário de muitas marcas. (...) Muitos setores de atividade, entre eles o farmacêutico, o de brinquedos e o de seguros, recorrem ao medo de maneira estratégica.

Enquanto as pesquisas tradicionais se caracterizam por perguntas a consumidores e participantes de focus groups, o neuromarketing se propõe analisar a parte não consciente do cérebro. Como já se provou que pelo menos 85% de nossas decisões são tomadas na zona inconsciente do cérebro, as pesquisas tradicionais não captam suas razões de ser.

Fiquei muito surpreso em ver que as advertências nos maços de cigarros não funcionam. (...) Essas advertências, ao contrário, incentivam as pessoas a fumar. Também me surpreendeu comprovar que o sentido mais importante para criar marcas e comunicar não é a visão, e sim a audição. E outra grande surpresa foi a forte conexão que há entre religião e marcas. As zonas do cérebro que são ativadas nas pessoas religiosas quando recordam suas experiências nessa área são as mesmas que se ativam no cérebro dos consumidores quando pensam em suas marcas preferidas.

Quando olhamos algo, somente a parte visual do cérebro é ativada; quando escutamos algo, ativam-se as regiões relacionadas com os cinco sentidos: visão, olfato, tato, paladar e audição. É por isso que, quando ouvimos uma música de nossa infância, voltam-nos à mente tantas recordações visuais. (e as empresas já sabem disso!)

Estou convencido de que as mensagens subliminares são mais poderosas que outras. Muitos países a proibiram, mas ela ainda é usada. (inclusive por ele, ainda que de forma "light"...)

Em geral, incluir o logo da marca produz o efeito contrário ao desejado, porque o consumidor percebe a intenção e reage com rejeição. A mensagem indireta é sempre mais sedutora; os consumidores sentem que tomaram a decisão por si, sem “obedecer” ao anunciante.

Das cem marcas mais importantes no mundo, 23 já utilizam neuromarketing".

E eu fico matutando:
Como ter certeza que se está usando de boa-fé nas mensagens?
É impossível usar a boa-fé para explorar o subconsciente nas mensagens!
Mas os mocinhos não pregam que as escolhas precisam ser conscientes?
Ai, ai, ai...

Para ler a entrevista completa, clique aqui.

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